domingo, 20 de janeiro de 2019

Idosos buscam formação para competir no mercado de trabalho


1,7 milhão de pessoas frequentam cursos da modalidade Educação para Jovens e Adultos (EJA). O período mais procurado do ensino fundamental é o noturno. 
Por Nicollas Barbosa
Os idosos têm voltado às salas de aula em busca de qualificação ou término dos estudos para voltarem ao mercado de trabalho, que se tornou bastante competitivo nas duas últimas décadas. Com isso, a procura pelas modalidades de ensino EJA e a presença de alunos mais velhos nas universidades têm aumentado cada ano.
Nos dados mais atuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados em 2016, 1,7 milhão de pessoas frequentam cursos da modalidade EJA. O turno preferido para as pessoas idosas do ensino fundamental, com 83,2%, é o noturno. O ensino médio segue o comportamento do ensino fundamental e 85,2% optam por estudar à noite. Essa alta procura do ensino noturno se explica pela dupla jornada de trabalho, além de cuidados com a casa ou netos.
Procurada, a Secretaria de Educação da cidade de São Paulo informou que as aulas acontecem em módulos de seis meses, que equivalem aos anos ainda não cumpridos pelos alunos. Como as escolas normais, o estudo é de segunda a sexta-feira com quatro horas diárias. Terminar os estudos é muito importante para adquirir uma carreira de sucesso e proporcionar a si mesmo e a sua família uma vida incrível. O tempo de duração da EJA vai depender de quanto o aluno está atrasado. Caso não tenha feito nenhum ano do ensino médio, ou seja, precise completar os três anos, é provável que a EJA dure um ano e meio. Isso é muito vantajoso, já que no ensino regular levaria três anos”, explica Alexandre Schneider, atual Secretário da Educação de São Paulo.
Após completar o Ensino Médio, é possível partir para as universidades, como Leandro Martins Cerca, 55 anos, estudante do primeiro semestre de Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul na Liberdade. Ele é morador da Vila Carrão, onde divide o seu tempo entre os estudos, a família e a profissão. Casado, pai de quatro filhos e avô, é apaixonado pela profissão de taxista, que exerce há 20 anos na região da Mooca. Quando mais jovem, no ensino médio, fez o curso técnico de contabilidade e agora realiza o seu sonho da graduação superior. Busca no jornalismo uma forma de aprimorar seus conhecimentos, encontrar novas oportunidades de emprego e chegar ao oitavo semestre no alto dos seus 59 anos.
A volta dos alunos às salas de aula é amparada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1996, na modalidade destinada a jovens e adultos que não deram continuidade a seus estudos e para os que não tiveram acessos ao Ensino Fundamental e Médio no tempo adequado às crianças e aos adolescentes. A EJA é o nome atual do antigo Supletivo.

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